Patrícia Poeta

Patrícia Poeta
Foto: Fernando Louza
Desde a época da faculdade, no Rio Grande do Sul, Patrícia Poeta já se interessava por televisão. Filha de advogados, teve suas primeiras experiências na TV universitária da Famecos, a faculdade de Comunicação Social da PUC-RS.
 
Depois de se formar, Patrícia Poeta, que nasceu em 19 de outubro de 1976 na cidade gaúcha de São Jerônimo, fez um estágio não remunerado numa TV comunitária de Porto Alegre e logo surgiu a oportunidade de entrar no mercado de trabalho: Lígia Tricot, que havia sido sua professora na faculdade, convidou-a para trabalhar na TV Bandeirantes local. Ali cobriu as férias de vários repórteres e, em seguida, foi contratada para apresentar o telejornal da hora do almoço.
 
Após um ano como apresentadora e repórter na Bandeirantes, a jornalista enviou uma fita com uma amostra do seu trabalho para algumas emissoras de São Paulo. Conseguiu também um teste para apresentar a previsão do tempo no Bom Dia Brasil, na Globo, e foi aprovada. Mudou-se para a capital paulista em 2000. “Foi uma mudança muito grande para mim na época. Eu tinha que acordar às três da manhã; às quatro, já estava na Globo, conversando com o meteorologista sobre qual era a previsão do tempo, para poder escrever”, lembra.
 
Durante sua trajetória na Globo São Paulo, acumulou as funções de apresentadora e de repórter. Em 2001, assumiu a bancada do SPTV – 1ª Edição, ao lado de Chico Pinheiro. Aos sábados, apresentava o Jornal Hoje. Em fevereiro de 2002, produziu para o SPTV a série de reportagens Visões do Carandiru. “O presídio ia ser implodido, e eu precisava fazer essa série antes. Botei isso na cabeça”, lembra. Passou a semana indo diariamente ao Complexo do Carandiru. E contou a história do ponto de vista de presidiários e de pessoas que trabalhavam lá.
 
Em 2003, foi convidada para ser correspondente da Globo em Nova York. Foi quando teve sua primeira matéria exibida pelo Jornal Nacional, uma entrevista com Gilberto Gil, então ministro da Cultura, que se apresentou na sede da ONU em Nova York. No dia a dia de correspondente, fechava matérias também para outros telejornais e programas jornalísticos. Entre as contribuições que fez para o Fantástico, por exemplo, estava sua primeira entrevista com uma grande celebridade do cinema: o ator Tom Cruise.
 
Desde então, acumulou vasta experiência como entrevistadora. Conversou com grandes nomes do cinema, como Julia Roberts, Tom Hanks, Leonardo di Caprio, Will Smith, Jim Carrey, Ben Afleck e o diretor Steven Spielberg; e com personalidades da música, como Plácido Domingo, Sting, Mick Jagger e Keith Richards.
 
Três anos após desembarcar em Nova York, Patrícia Poeta tomaria uma decisão radical. Na época, além do trabalho como correspondente da Globo, a jornalista apresentava os programas Planeta Brasil e Cidadão Global, exibidos pela Globo Internacional para mais de 60 países. Mas decidiu interromper sua carreira para fazer curso de pós-graduação em cinema na Universidade de Nova York. Atuou em alguns curtas, dirigiu outros, e se manteve desligada da Globo até retornar ao Brasil, em 2007.
 
De volta à Rede Globo, Patrícia Poeta passou a integrar a equipe do Fantástico. Mais uma vez, acumularia as funções de apresentadora e repórter. A jornalista também acompanhou uma mudança no perfil do programa, que adotou um tom mais informal e descontraído. “Eu lembro que Schroder [então diretor-geral de Jornalismo e Esportes] havia me pedido que eu tentasse fazer uma apresentação um pouco mais informal, no estilo do SPTV, de quando comecei a trabalhar na Globo. E foi o que comecei a fazer”, lembra. Também repetiu uma experiência que vivera no SPTV, as ancoragens fora do estúdio: em novembro de 2008, por exemplo, foi a Santa Catarina para mostrar os efeitos das chuvas que haviam devastado a região.
No ano seguinte, conseguiu uma entrevista exclusiva com Ana Carolina Oliveira, mãe da menina Isabella Nardoni, que fora jogada do sexto andar de um edifício em São Paulo em março de 2008. A entrevista rendeu a Patrícia o Prêmio Rede Globo de grande furo de reportagem. Outros prêmios recebidos pela jornalista foram o Brazilian Award, pela apresentação do programa Planeta Brasil¸em 2004; o Troféu Melhores do Ano do programa Domingão do Faustão, na categoria jornalista, em 2008, o da Veja Rio Cariocas do Ano em 2009, a homenagem do Festival Mundial de Publicidade de Gramado em 2013; a Medalha Farroupilha em 2014 e o prêmio de apresentadora mais confiável do país da revista Seleções Reader’s Digest em 2010, 2011 e 2012.

Patrícia Poeta apresentou diversos quadros no Fantástico, entre os quais O Cupido e Anjo da Guarda, que revelava ao público a intimidade de celebridades por intermédio de relatos de pessoas que cuidam dos detalhes de suas vidas e carreiras. No dia 4 de dezembro de 2011, foi ao ar uma ediçãoespecial do quadro, com histórias da vida de Chico Anysio, contadas por ele próprio e por pessoas próximas. A jornalista revelou que a entrevista que fez com o humorista, falecido em março de 2012, foi uma das mais marcantes que fez.

Outro marco de sua carreira ocorreria em 11 de setembro de 2011, quando ancorou o Fantástico direto de Nova York, pela ocasião dos 10 anos dos atentados terroristas à cidade. Naquele domingo, o Fantástico também exibiu outra entrevista exclusiva feita pela jornalista, dessa vez com a presidente Dilma Rousseff.

Patrícia Poeta chegou ao Jornal Nacional em 6 de dezembro de 2011. A tarefa não era nada fácil: substituir Fátima Bernardes na bancada do telejornal, ao lado de William Bonner. “Eu lembro que fiz o jornal no dia 6 de dezembro, depois Bonner me chamou na sala dele, mostrou uma fita do jornal, deu boas dicas”, avalia. A jornalista destaca, ainda, a união e a qualidade da equipe: “A equipe do Jornal Nacional é muito unida, além de ser extremamente competente. E as pessoas me receberam muito bem. Eu acho que isso ajuda, também, faz o desafio ser um pouco mais fácil, digamos assim”.

Em janeiro de 2012, ancorou o Jornal Nacional do centro do Rio de Janeiro, relatando as últimas notícias do desabamento de três prédios que ocorrera na véspera. A cobertura recebeu indicação ao prêmio Emmy de Jornalismo, no ano seguinte.

Patrícia voltou a ancorar o telejornal fora do estúdio em março de 2013, quando cobriu no Vaticano a eleição do Papa Francisco, sucessor de Bento XVI e na Jornada Mundial do Juventude no Rio de Janeiro. Também fez a cobertura das manifestações pelo país, quando ficou 5 horas seguidas no ar, ao vivo e sem intervalos. Em 2014, acompanhou a seleção durante a Copa do Mundo no Brasil, ancorando de várias cidades do país. Ainda em 2014, fez as entrevistas com os principais candidatos à Presidência da República.

Patrícia deixou a bancada do Jornal Nacional em novembro do ano passado para assumir novos desafios na área de entretenimento.

“Foram três anos que passaram voando, com Eleições, Copa do Mundo, Visita do Papa ao Brasil… Parto agora em busca da realização de um sonho profissional, da busca de outros formatos em televisão. “